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De volta à vaca fria

18/01/2011

Caros leitores, após pequenas férias (de blog somente), resolvi reativar as postagens com um pequeno desabafo.

Estou cansado de artigos de críticos medíocres que somente correspondem à inteligência (ou falta de) média dos consumidores. Há alguns bons, é claro, perdidos no meio, e às vezes no mesmo órgão de comunicação, de inaptos culturalmente ou mal intencionados com ligações comerciais ocultas. São a minoria, entretanto. A função do crítico é apresentar os defeitos e também, como diz o crítico culinário de Ratatouille, saber reconhecer o bom na novidade. Parece contudo, que a maioria dos chamados críticos só sabe repetir repetir o óbvio em relação ao que é velho e encontra-se absolutamente perdida no que diz respeito ao novo, exaltando a porcaria e repetindo os press releases dos estúdios, distribuidores e editoras.

Quem escreve precisa dar a cara a tapa. O que qualifica o crítico é a consistência de sua crítica e não o fato dele representar um ou outro jornal, revista ou canal de televisão ou internet. O verdadeiro crítico não pode estar imerso na cultura da celebridade. O que dá voz à sua palavra é exatamente a qualidade de sua palavra. Aquele que tem voz por ser famoso somente, não merece ser ouvido.

Ainda, não preciso ver repetidas trezentas vezes que Petrus 1975 é um bom vinho, seja por críticos qualificados ou charlatães. Quero saber do Petrus hoje, quero ouvir com sinceridade, Resnais é ainda tão bom ou perdeu a mão? Godard tem seu valor somente em um contexto histórico definido ou realmente presta?  Também não me interessa ver repetidas três milhões de vezes que coca-cola refresca. Tudo bem, é gostoso, mas aquele doce todo refresca mesmo? Água tônica é menos conhecida mas também não é refrescante? Cameron é realmente tudo o que dizem? Hill e Frankenheimer não são  melhores do que costumam dizer?

Bom 2011, com grandes filmes, livros, música, etc.

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